Herman Hoeksema
A cidade de Éfeso estava situada na costa ocidental da Ásia Menor, cerca de quarenta milhas ao nordeste de Patmos. Era uma cidade importante, rica em comércio, famosa também pela sua cultura. Mas foi também famosa por causa de sua idolatria vergonhosa, seu conhecido templo em honra da deusa Diana, a sua frivolidade e mentalidade mundana em geral. Pode ser comparada a uma de nossas modernas cidades metropolitanas, com toda a sua riqueza e luxo e demanda de diversão, a sua imprudência e leviandade de coração e de vida, seus vícios e males sociais. Podemos também observar que nesse mundo citadino o Senhor tinha estabelecido uma igreja. A igreja na grande cidade ocupa uma posição difícil, mais do que a igreja no meio rural. Na metrópole pulsa a vida do mundo. Ali a antítese é mais nítida.
No entanto, nenhuma igreja precisa fugir da cidade grande e buscar o isolamento no campo. O Senhor deseja a Sua igreja no mundo, mas nunca que ela possa ser do mundo. No meio do mundo, ela é chamada a ser uma manifestação de Sua graça, que possa brilhar a sua luz e manifestar as virtudes daquele que a chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
Existem todos os motivos para acreditar que a igreja de Éfeso costumava ser uma das igrejas mais fortes e mais próspera desse período inicial da nova dispensação. Tinha gozado os labores de alguns dos maiores, mais dedicados, mais capazes servos do Senhor. Paulo tinha estado lá três vezes. Inicialmente apenas por um breve período, mas durante sua segunda viagem missionária, ele ficou com a igreja de Éfeso por quase três anos, período durante o qual, como ele mesmo atesta, ele trabalhou noite e dia com lágrimas, declarando-lhes todo o conselho de Deus. Também Timóteo, o filho espiritual do grande apóstolo dos gentios, havia trabalhado lá, construindo sobre as bases estabelecidas por seu pai espiritual. E o apóstolo a quem Jesus amava passou muitos anos entre os crentes em Éfeso, em duro e fiel trabalho. Para falar em termos do nosso tempo, a igreja ali tinha gozado do trabalho dos melhores e mais excelentes pregadores da época. Aquele segura as sete estrelas na sua mão direita havia abençoado a igreja abundantemente.
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